Quando
falamos acerca da fé logo nos vem a mente o poder de conquistar coisas
impossíveis, a capacidade sobrenatural de transpor barreiras inimagináveis, de
realizar coisas irrealizáveis, o poder de chamar as coisas que não são como se
já fossem e assim por diante. De fato, quando captamos toda a essência do que
Jesus revelou através de sua Palavra ao comparar a fé a um grão de mostarda,
temos tudo para realmente mover as montanhas de seus lugares. Mas normalmente
no processo de absorção de informações tendemos a filtrar coisas
importantíssimas ao processo como um todo; durante o aprendizado acabamos por focar em pontos de atração (o poder
da fé por exemplo) e nos esquecemos ou pelo menos subestimamos informações
vitais por serem apresentadas em pontos do texto que para nós, ainda que
inconscientemente, soam como não tão interessantes, ou, sem aparente valor
dentro do contexto prático; E pior ainda, filtramos as informações de forma
inconsciente por tais textos conterem dentro de seu bojo, dados que vão de
encontro (em oposição) à valores pré estabelecidos em nossas mentes, paradigmas
que adotamos durante nossa trajetória de vida, os quais sem que percebamos,
ditam silenciosamente a maneira como reagimos diante das informações que
empiricamente nos atingem a todo momento. Dentro do reino de Deus, tudo começa
com entrega, e entrega sacrificial, o grão de mostarda para tornar-se uma
grande árvore, primeiro tem que “morrer” e ser sepultado (a semeadura), depois
ser regado (a chuva) e por fim deixar de ser ele mesmo para ser algo maior (o
rebento). Quando Jesus falava sobre fé estava ensinando aos seus discípulos que
uma grande árvore antes de ser grande será apenas uma semente (ou muda), (normalmente nos focamos na grande árvore nos
esquecendo da semente e seus processos), e se essa semente for semeada e
cuidada corretamente, crescerá e tornar-se-á enfim grande e majestosamente
producente. Fé NÃO do tamanho de um
grão de mostarda, mas fé COMO grão
de mostarda. Jesus deu aos seus discípulos o segredo para o agigantamento,
entender que a fé é como um grão de
mostarda, ou ainda como o grão de trigo em João 24 “se o grão de trigo não cair na terra e não morrer ficar ele só, mas se
morrer dá muito fruto”. Para haver
multiplicação tem que haver semeadura, mas para haver semeadura, a semente tem
que sair de nossas mãos e ser
depositada na terra, (sair de nosso controle e estar totalmente sob o controle
de Deus) onde passará por todos os processos necessários até se tornar o que
deve ser, até se transformar naquilo para o qual foi projetada pelo Criador.
Por essa razão o ato de ofertar é tão importante na ótica divina, porque denota
discernimento espiritual de qual seja a vontade de Deus, além de também denotar
dependência do seu agir sobrenatural. Ofertar é exercício que tonifica a
musculatura espiritual. Não é possível ter uma fé que mova montanhas
se não houver um ato de entrega e dependência. Existem processos
preparados por Deus, que só acontecem quando a semente está depositada na terra;
no que tange a fé o princípio é o mesmo, não posso me agigantar na fé se não
submeter a semente aos processos definidos pelo próprio Deus. O ato de entrega
total está presente em toda a bíblia, o próprio Deus como diz um grande orador
no cenário brasileiro, “venceu o diabo com uma oferta”, referindo-se ao texto
de João 3:16 – “Porque Deus amou o mundo
de tal maneira que DEU o seu filho
unigênito para que todo aquele que Nele crê não pereça mas tenha a vida
eterna”. Falamos o tempo todo do
poder da fé, como já disse acima, das vantagens de se ter uma fé sobrenatural,
de como “entrar na quarta dimensão”, mas descaradamente nos esquecemos que todo o processo se inicia com a entrega,
com o sacrifício da semente, com a renúncia, pois abdicamos do poder de controlar
a semente (controle esse que não produz nada), para dependermos dos resultados
em deixar a semente sepultada (depositada) na terra sincronizada com o plano
estabelecido por Deus. Não se deixe enganar, tudo o que estamos abordando aqui
diz respeito ao exercício da fé em todos os âmbitos, financeiro, ministerial,
conjugal, espiritual, no trato com os filhos, nos relacionamentos em geral,
etc. Um bom exemplo da necessidade da entrega está no texto de Tiago 5:16 “Confessai
os vossos pecados uns aos outros, e orai uns pelos outros para serdes curados”.
Observe que antes da oração o
escritor bíblico orientou a Igreja a confessar, e qual a melhor maneira de
definirmos a palavra confissão? Renuncia e entrega dos próprios segredos, dos
próprios pecados, depois de efetuar a entrega de si mesmo pela confissão,
podemos receber a oração que traz cura.
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