Saudação

Olá!!!! Graça e Paz no Senhor Jesus Cristo! Sejam bem vindos!!!!

sexta-feira, 31 de agosto de 2018

Elias e a manifestação da presença de Deus - I Reis 19


      A bíblia nos conta que Elias estava fugindo de Jezabel, que o havia ameaçado de morte, e por conta disso, depois de uma árdua caminhada sob forte stress por conta de uma angustia desesperadora, a ponto de desejar a morte, e pedir por ela, chega finalmente a Horebe, o monte de Deus, e lá se abriga em uma caverna durante uma noite.
      Ali naquelas condições lhe vem a Palavra de Deus através da tão conhecida pergunta: "o que fazes aqui Elias?" Interessante que o altíssimo não pergunta o que fazes ai e sim o que fazes aqui, indicando que apesar do profeta estar caminhando na direção oposta a vontade do Senhor, o próprio Deus que lhe falava estava ali juntamente com Ele, guardando, sustentando, e sendo um companheiro inseparável do profeta amedrontado. Depois das considerações do profeta, as quais denotavam apenas seu equivocado conhecimento acerca da real situação e da maneira como Deus estava agindo em todas as questões, lhe vem então a ordem: "Sai para fora!". Tal ordem apresenta o desejo de Deus de que o profeta mudasse de atitude e assumisse uma posição condizente com sua chamada, ou seja, fora da caverna, onde o mundo pudesse vê-lo  ouvi-lo, afinal a Palavra de Deus estaria com ele, em sua boca! E boca de profeta não é para ficar confinada dentro de nenhum tipo de caverna! Em continuação, a bíblia apresenta quatro coisas por demais interessantes: o texto sagrado nos diz que "passava o senhor, bem como:" 
1- um grande e forte vento, 2 - um terremoto, 3 - um fogo, mas sempre acrescentando a frase "Deus não estava no..." 
      O primeiro evento mencionado foi o grande e forte vento, que fendia os montes (causava divisão e desordem) e quebrava as pedras (destruía o que é resistente, diminuía o tamanho, separava). O vento era grande por conta de sua abrangência, tocava uma grande área em torno do profeta, impedindo sua fuga para qualquer lugar sem ser afetado diretamente pelas dimensões de tal vento, ao mesmo tempo que aterrorizava, pois até onde a vista do profeta alcançasse, tudo estaria sob seu poder. O mesmo era forte, porque tinha força suficiente para afetar de forma contundente a natureza que estava à vista do profeta. O vento dividia os montes e quebrava as pedras, contudo, Deus não estava no vento. A força da natureza, descrita neste texto bíblico, causava divisão, desordenava, desorganizava o ambiente, e isso realmente, não está de acordo com quem nosso Deus é na vida de seu povo. O Criador não desorganiza, destrói ou diminui quem é seu servo  está sob seus cuidados e dependência. Na verdade, Ele nos ajusta, tira as sobras e acrescenta o que falta, mas sua ação em nós causa ordem e não desordem. 
      O segundo evento foi o terremoto, que traz a ideia de tremor da terra pelo movimento das placas tectônicas, movimentos esses que produzem destruição e desordem em um nível mais profundo que o produzido pelo grande forte vento. Observe que a questão de ser um Deus ordeiro é tão importante dentro da revelação do eterno, que a bíblia não diz que Jesus se manifestou para destruir as obras do diabo, mas sim para desfazê-las. Destruir algo gera entulho, incomodo, desorganização, o que gera muito trabalho para que tudo seja colocado em ordem. Mas quando algo é desfeito, desmontado, cada parte do que é desfeito vai sendo colocado à parte em lugar próprio, para que se construa algo novo e perfeito. Importantíssimo considerar aqui que toda a obra do adversário é feita sobre a matéria prima que na verdade pertence à Deus, afinal, a bíblia afirma que do Senhor é a terra e a sua plenitude! E toda a «obra» do inimigo de Deus consiste em matar, roubar e destruir! o trabalho do arqui rival de Deus é exatamente isso, tocar na obra de Deus para destruir, roubar e matar, mas Jesus quando entra em ação, desfaz a destruição, restitui o que foi roubado, e da vida ao que foi mortificado. 
      O terceiro evento citado diz respeito a um fogo, e nesse fogo, de fato, Deus não poderia estar porque a bíblia deixa bem claro que o fogo de Deus, para se manifestar, tinha que haver ordem, jamais a desordem. As partes do holocausto postos em ordem sobre a lenha sobre o altar, tudo tinha que ser perfeito para que Deus respondesse com fogo, o altar do desafio do próprio Elias contra os profetas de Baal e Asera, tivera que ser reconstruído e organizado para que Deus se manifestasse com fogo. O ambiente em torno do profeta e dentro dele, estava totalmente desorganizado pelo vento, pelo terremoto, e agora havia fogo? Não! Deus não estava naquilo, o altíssimo determina que haja ordem e decência, santidade e justiça segundo a fé para que Ele se manifeste com fogo. 
      O quarto e último evento, diz respeito à manifestação do Deus vivo, que se deu através de uma voz mansa  e delicada, os três primeiros eventos foram aterrorizantemente grandiosos, esplendorosos, cheios de grandeza e totalmente impactantes, mas Deus não estava lá em nenhum deles, porque eles destruíam e desorganizavam, mas agora uma voz delicada e mansa, surge para justamente organizar, não de fora para dentro, mas de dentro para fora, pois aquela voz começou a ajustar as coisas no interior do homem de Deus, para que só depois tudo o mais fosse reorganizado. Senão entendermos que a voz de Deus é suave, mansa, delicada e sempre vai provocar mudanças necessárias primeiramente em nosso interior, jamais estaremos aptos para ir adiante no mergulhar na revelação divina para nós e através de nós, e isso sem nenhuma alarde, barulho ou pirotecnia «spiritual». Quando as mudanças forem reais e de dentro para fora, o poder gerará, vento, terremoto  fogo, mas sempre para construir, organizar e glorificar a Deus gerando muita vida.

JESUS A EXPRESSA IMAGEM DE DEUS


Quem me vê a mima vê o Pai! Tais palavras foram ditas por Jesus enquanto ensinava os seus discípulos acerca de como "ver" a Deus, e para os dias que a Igreja está atravessando, conseguir ver o Pai através de seu Filho unigênito, passou a ser um exercício de muita dificuldade, pois o mundo lançou uma diversidade de recursos tecnológicos que estão sendo usados intensivamente como arma para gerar  distração, pois nos afastam da verdade de Deus de forma absurda.
        A bíblia nos diz em Hebreus 1:3 que Jesus é o resplendor de sua glória e a expressa imagem da pessoa do Pai Celestial, concordando em gênero, número e grau com o que o próprio Jesus havia dito em João 14:9 ao falar que quem o via também via o Pai. É claro que há algumas variantes nesta equação que devemos considerar para entender como ver a Jesus nos nossos dias, uma vez que não temos contato físico com sua natureza humana, a qual esteve entre os homens apenas nos dias de sua encarnação, enquanto cumpria seu ministério terreno. Naqueles dias os discípulos podiam ver a Jesus em tempo real, ouvir diretamente de sua boca seus preciosos ensinamentos, toca-lo com suas mãos de forma literal, vê-lo dormir na popa de uma barco enquanto navegavam pelo mar de Tiberíades, entre tantas outras coisas, mas nós não temos esses privilégios naturais, contudo, fomos privilegiados de outra forma e, justamente a essa devemos nos ater para ver o Pai através de seu Filho.
        O Evangelista João ao escrever seu livro à Igreja da diáspora, usou no capítulo 14 e verso 10 a palavra grega "horao", que entre tantas conotações como: ver com olhos, ver com a mente, perceber, conhecer; traz também o seguinte significado: "tornar conhecido pela experiência, experimentar!" O que Jesus estava ensinando aos discípulos, segundo as palavras escolhidas por João na edição de seu texto, era que aqueles que tivessem experiências relacionais com ele, também as estariam tendo com o próprio Pai, contudo, Jesus chama os discípulos para um patamar muito mais profundo na revelação, pois afinal "quem me vê", significava mais que enxergar, significava e ainda significa, percebê-lo como o Cristo de Deus, a resposta providencial do Pai para a salvação da humanidade. Enxerga-lo não simplesmente como um homem ou personagem histórico, mas como a essência de Deus, o logus divino, o autor e consumador da fé, a porta das ovelhas, o pão vivo, etc etc.
        Mas como podemos "perceber" ao Senhor, como podemos "enxerga-lo?".
1 - Há um sistema revelado na bíblia, pelo qual Deus trabalha a revelação de si mesmo a nós. A esse sistema eu pessoalmente chamo de: "Espelho dinâmico", ou "espelho vivo". Esse pricípio foi tratado pelo apóstolo Paulo em sua segunda carta aos Coríntios no capítulo 3 verso 18 onde o escritor disse o seguinte: "mas todos nós com cara descoberta refletindo como um espelho a glória do Senhor, somos transformados de glória em glória, na mesma imagem como pelo Espírito Santo".
        Deus revela muito acerca de si mesmo, refletindo em sua criação, sua própria glória. Veja que esse assunto se confirma e se amplia no texto de Romanos 1:19 e nos versículos seguintes, onde o texto sacro apresenta as seguintes palavras: «porquanto o que de Deus se pode conhecer, neles se manifesta (em toda a obra criada, céus e terra) porque Deus lho manifestou. Porque as coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto o seu eterno poder como a sua divindade, se entendem e claramente se veem pelas coisas que estão criadas, para eles fiquem inescusáveis. Mas o que mais me chama a atenção nesse "sistema divino", é que o objeto que reflete, pouco a pouco se torna aquilo que reflete, por isso, o termo "espelho dinâmico".
        Tal conceito esta contido no versículo de II Corintios que já citamos logo acima e observe que o texto diz: "somos transformados de glória em glória, na mesma imagem". No propósito de Deus, ao refletirmos sua glória, somos paulatinamente transformados na imagem daquele a quem refletimos.
        O texto de Efésios 4:13 acrescenta mais profundidade à esse princípio bíblico quando traz a seguinte revelação: "até que todos cheguemos à unidade da fé,  ao conhecimento do Filho de Deus (saber pleno), a varão perfeito (homem perfeito), à medida da estatura completa de Cristo".  E ainda João 3:2 diz: "ainda não é manifestado o que havemos de ser, todavia, sabemos que quando Ele se manifestar seremos semelhantes a Ele, pois assim como Ele é o veremos".
        É interessante que o apóstolo usasse o termo "ser semelhante" a Ele, uma vez que a bíblia já nos diz que fomos criados à imagem e semelhança de Deus. Como assim seremos semelhantes se já somos semelhança? Simples, ao refletir a imagem de Deus de glória em glória somos recuperados naquilo que perdemos por conta do pecado original e assim cada vez mais nos tornamos imagem perfeita do Criador.
        Eu posso "ver a Deus", quando deixo que sua glória reflita em mim, eu o percebo quando eu mesmo me deixo ser espelho que reflita sua imagem, através dos valores do reino revelados na Palavra de Deus! E se continuarmos dentro deste conceito, veremos a Deus ao sermos capazes de discernir o que as pessoas ao nosso redor estão refletindo de Deus na qualidade de refletores de sua glória.
2 - Sendo boca de Deus. Jeremias 15:19 (b) diz: "Se apartares o precioso do vil, serás como a minha boca". O Conceito aqui diz respeito não somente a efetuar separação, considerando conceitos sociais morais e éticos, no que tange a fazer escolhas diárias entre o certo e o errado, mas efetivamente, separar a si mesmo do pecado, ou seja, levar o processo de santificação até o ápice bíblico, jamais fora dele, abordando o homem de dentro para fora, purificando o copo, primeiramente em seu interior e então atingir sua plenitude, espírito, alma e corpo, conforme diz o texto de I Tess. 5:23. "que o próprio Deus da paz vos santifique integralmente. Que todo o vosso espírito, alma e corpo sejam mantidos irrepreensíveis na vinda de nosso Senhor Jesus Cristo".
        Alguém que consegue compreender o princípio bíblico da santificação e seus fundamentos, invariavelmente se torna como a boca de Deus. Isso não quer dizer que a pessoa se torna um ministro afamado, aclamado pelas mídias sociais, jamais seria isso a se registrar aqui porque não é essa a verdade de Deus que a bíblia nos apresenta, ainda que a consequência em ser usado por Deus seja a certa notoriedade em certos aspectos, afinal, a luz deve estar em cima, no velador, e não debaixo do alqueire. Mas ser boca de Deus é ser instrumento da revelação de sua plena vontade, e isso não tem nada a ver com ser alguém possuidor de fama, mas sim ser alguém santificado, obediente e sensível ao coração de Deus.
3 - Ter Cristo formado em nós. Mateus 16.
        Jesus fez uma pergunta implícita em outra questão ouvida pelos discípulos:
3.1 - "Quem dizem os homens ser o Filho do Homem?" Na verdade o que estava sendo perguntado aqui era: Até que ponto o ministério de vocês tem formando na mente e no coração das pessoas a verdade do que quero revelar sobre a vontade de Deus? Até que ponto vossa pregação pode formar a minha identidade dentro deles? - Gálatas 4:19 (leia)
3.2 - E vós quem dizeis que eu sou? Até que ponto Jesus estaria formado dentro na mente, coração e intelecto dos discípulos? Os que ensinavam acerca de Jesus, conheciam-no por completo?
3.3 - E nós? até que ponto Cristo está de fato formado em nós?
3.4 - Bem aventurados (makarios = feliz) - Antes veio o não (não foi a carne) e depois vem o sim (foi Deus!). Você está acima da normalidade pois a carne e suas convicções foram suplantadas pela ação do próprio Deus em seu intelecto.
3.5 - Não foi a carne e o sangue - «temos, porém, esse tesouro em vasos de barro, para demonstrar que este poder que a tudo excede provém de Deus e não de nós mesmos» II Coríntios 4:7
3.6 - A revelação (apokalupto - revelar o que estava escondido ou oculto) expressa na resposta de Pedro vinha diretamente de Deus (não é resultado de nossa própria vontade ou intelectualidade.
3.7 - Ainda que tenhamos a revelação divina, a obra é construída sobre ele e não sobre nós!
3.8 - A igreja deve marchar contra o inferno e não o inverso disso. vs 18.
3.9 - Chaves (plural) - para ligar e desligar vs 19. «nos céus»
3.10 - Tempo de reter a revelação pessoal para que o modo de revelação universal continuasse em curso. O povo deveria concluir a respeito de Cristo pela pregação e pelas obras que testificava em Jesus.
3.11 - A revelação individual nos remete a patamares mais profundos do plano de Deus. Isso nos traz responsabilidades que as vezes não compreendemos vs21.

quinta-feira, 30 de agosto de 2018

Balaão e a razão para a falta de visão espiritual


           No afã de adquirir alguma vantagem sobre o ardente desejo de Balaque em amaldiçoar o povo de Deus, lá vai pelo seu caminho, o ambicioso "profeta", montado sobre sua jumentinha, a qual o servia desde há muito tempo. Balaão, cujo nome significa "não meu povo", busca, segundo diz o texto sagrado, o contato com Deus (Elohim) através de agouros (24:1) nachash (hb), cujo significado em hebraico é "adivinhação, encantamento". Isso por si só já revela o grau de pouca intimidade que o referido "profeta" tinha com o Deus verdadeiro, o Deus de Israel. Apesar do texto bíblico usar várias vezes o termo Elohim para apresentar os contatos de Balaão com o sobrenatural, o leitor é aconselhado a manter certas reservas em crer que se tratava do verdadeiro Deus, uma vez que em duas de suas manifestações, aquele que falou com Balaão se apresentou sem um dos atributos divinos que é a onisciência, conforme os textos do capítulo 22 e os versos 9 e 20; além do que, o verdadeiro Deus jamais se revelou por meio de agouros. Entretanto, o que realmente interessa ao leitor neste estudo, é analisar o que acontece depois de Balaão finalmente sair para o encontro com Balaque. A bíblia nos diz que a ira de Elohim se acendeu contra o profeta porquanto ele se ia, e o Anjo do Senhor (aqui aparece o tetragrama sagrado), se colocou em seu caminho para ser seu adversário. O "profeta" ia caminhando montado em sua jumenta, tendo a companhia de dois de seus auxiliares. O que vem a seguir é que é impactante, pois aquele que se dizia profeta de Deus, não foi capaz de discernir a presença do anjo do Senhor em seu caminho, enquanto que um animal irracional percebeu a presença do anjo sem nenhuma dificuldade.
        O que estava acontecendo com aquele homem naquele momento? Como ele não podia ver o que um animal via e respeitava? A resposta está no texto de Lucas 12:34 "onde estiver o vosso tesouro, ai estará o vosso coração".  Balaão não tinha seu coração na real vontade de Deus, mas sim nas possibilidades de êxito pessoal e financeiro, além do status quo oferecidos por Balaque. A segunda carta de Pedro no capítulo dois e verso quinze diz que o seu caminho foi o de "amar o prêmio da injustiça", e sendo assim, ele jamais poderia visualizar o mundo espiritual, pois isso se reserva tão somente aos que tem o seu tesouro no céu, junto ao trono da graça e da misericórdia.
       O anjo estava no caminho pelo qual transitavam, e tinha em sua mão uma espada desembainhada, sinal de juízo iminente, contudo, Balaão não o percebia. A jumentinha, ao contrário de seu dono, viu o que se passava e: 
1) - se desviou de seu caminho e foi-se pelo campo (vs 23). A lição que se revela neste texto é de que ainda havia espaço para Balaão fazer uma mudança de planos e voltar pelo seu caminho. Ele não percebia que seu objetivo o estava direcionando a ir de encontro à espada do juízo, e seu animal, tendo mais discernimento do que ele próprio, aproveita o espaço em torno de si para tentar uma saída mais segura para seu dono. Deus sempre nos dá a oportunidade de fazermos as conversões necessárias. contudo, quanto mais falhamos, tanto mais o caminho diante de nós se estreita. Balaão, cego por sua cobiça, não aproveitou essa oportunidade e não voltou, nem abriu mão de seus pensamentos  depois de espancar a jumentinha, continuava indo pelo mesmo caminho de sua ambição. O leitor deve observar que no próximo nível, o caminho estaria bem mais apertado e o juízo muito mais evidente; não conhecer a voz de Deus estava levando o homem para um destino de destruição, e isso porque: 
2) - O anjo do Senhor se colocou em uma vereda de vinhas,  havendo uma parede de ambos os lados,  e o animal ao ver o anjo se encosta apertando-se em uma das paredes, comprimindo contra ela o pé de seu dono, que a espanca mais uma vez. O espaço para reagir e voltar havia diminuído drasticamente e ainda havia mais uma consequência, ter o pé comprimido contra a parede de vinhas (uvas), o que se pode interpretar de forma alegórica como que Deus dizendo, que o caminho do profeta (seu pé), não prosperaria contra seu povo (a vinha) Israel. Muito pelo contrário isso lhe traria prejuízo certo, como dor houve quando seu pé foi apertado contra a parede de vinhas. Mais uma vez tudo o que aconteceu na sequencia foi novamente Balaão espancar seu pobre e fiel animal. Jesus disse a Paulo no caminho de Damasco: "duro é para ti recalcitrar contras os aguilhões", e é justamente nisso que muitos membros do corpo de Cristo tem falhado, pois ao não perceberem que estão em erro, sentem diversos tipos de apertos, os quais literalmente param suas vidas, suas marchas, e não poucas vezes até mesmo a fé de tais pessoas, mas mesmo assim resistem às estocadas dos aguilhões das provações e insistem em continuar em erro. É preciso entender que quando há muita ação do aguilhão da correção divina é porque estamos insistindo em algum tipo de erro que nos divide contra Deus.
3) - O anjo do Senhor passou mais adiante. Atitude resultante da misericórdia de Deus, que ainda que estivesse encurralando o «profeta», ainda assim lhe dava mais espaço para caminhar para abrir sua visão e entendesse a real vontade do Altíssimo.
4) - e se colocou num lugar estreito (vs16), onde não havia caminho para se desviar nem para a direita nem para a esquerda. Havia finalmente chegado a hora do confrontamento, agora não haveria mais nenhum espaço, nem tempo, nem modo para tentar alguma reação, ou ele abria os olhos e finalmente viesse a ver o que até então seus olhos não puderam ver, ou sem dúvida alguma, morreria sob a ira de Deus, perdendo tudo, absolutamente tudo!
        O bom estudante da Palavra de Deus notará que nesse último estágio, a jumenta deita-se sob Balaão: tudo estava parado, não havia como ir ou vir, não havia como reagir nem correr para a direita ou esquerda, então era hora do homem parar e clamar por discernimento, mas novamente ele prefere a violência ferindo a jumenta.
5) - Então o Senhor, abriu a boca da jumenta! Deus sempre exerce sua misericórdia a ponto de efetuar algo mais, para que um homem possa finalmente percebê-lo! Deus voz a um animal irracional para que um homem cego e surdo espiritualmente fosse por tal animal corrigido. Mas antes ainda de ter seus olhos abertos, o homem gasta parte de seu tempo discutindo com um animal, como é possível que alguém que se diz espiritual possa ser tão cego, surdo e insensato assim, no que tange às coisas de Deus? Contudo, a grande verdade é que muitos, dentro dos nossos templos, estão nas mesmas condições. Alguns estão espalhados pelo caminho do campo, outros já estão tendo seus pés comprimidos contra a parede, e outros já sentem tudo parado e sem nenhuma direção possível! Já não é hora de alguém abrir o entendimento, se deixar discernir e então perceber que Deus está querendo se revelar?
6) - Então o Senhor abriu os olhos a Balaão, e ele viu o anjo do Senhor! Que longo caminho até finalmente enxergar o mundo espiritual! Não seria mais fácil parar e se prostrar diante do altíssimo e perguntar-lhe até obter resposta de qual seria sua vontade?  Imagine, o estudante da Bíblia, a surpresa terrível que aquele homem teve ao contemplar o anjo com uma espada desembainhada em sua mão! Que tipo de sensação aterrorizante não foi para ele, poder contemplar a iminência de sua própria destruição? Tudo por conta de sua ambição, e conduta absolutamente inadequada a alguém que falava usando o nome do Senhor.
7) - As cinco verdades na hora do confrontamento. Primeira verdade- agora face a face com o anjo do Senhor, o «profeta» é interpelado com uma pergunta direta: "Por que já três vezes espancaste a tua jumenta?" Tudo que fizermos, fundamentados na falta de fé, na falta de visão e discernimento do Altíssimo nos será cobrado. Nada há que seja deixado para trás sem que se preste contas, e atitudes geradas por falta de fé, gerarão consequências inevitáveis. Diante de Deus, tudo será passado a limpo. Segunda verdade - "saí para ser teu adversário" - uma sentença dolorosa para alguém que se proclamava profeta de Deus, ter a inimizade do próprio Senhor, ter a oposição do Criador de todas as coisas, algo totalmente inoportuno. A palavra hebraica é satan (alguém que se opõe, adversário). Aqui não está em questão o nome próprio. Deus não disse que era ou seria como (satanaz - a pessoa) mas seria exatamente o que o termo vernacular significava, adversário.
        Bom é que quem esteja de pé olhe para que não caia! Em todo tempo vigilância! Pois quando o homem não para, Deus para o homem! Que a visão da igreja esteja sarada, os olhos ungidos, a mente sã, o coração puro e as mãos santas. Terceira verdade - "porquanto o teu caminho é perverso diante de mim" -  A palavra hebraica aqui é yarat (precipitar, ser precipitado, agir irrefletidamente), aqui esta a causa da sentença que apontava a oposição de Deus ao homem; seu caminho baseado em pensamentos, conclusões e atitudes precipitadas. 
        Muitas coisas podem levar o homem à precipitação, como por exemplo: medo, paixões carnais, ressentimentos, falta de capacidade em perdoar, entre tantos outros motivos, mas nada é mais forte em fazer o homem se precipitar em seus caminhos que o orgulho e a ambição, as quais, andam de mãos dadas. O orgulho fez com que o próprio Querubim ungido tentasse subir acima das mais altas nuvens e ser semelhante ao Altíssimo. O resultado foi queda, pois a altivez de espírito precede a queda, como diz o livro dos provérbios. Quarta verdade - uma analogia humilhante: a jumenta viu, mas o homem não! ela se desviou do caminho da destruição, o «profeta» não! O animal seria deixado com vida, o seu dono não! Que coisa horrível! alguém ser colocado por um ser divino,  abaixo da linha do racional, por ser pior que uma jumenta, no sentido de discernir as coisas espirituais! Misericórdia!!! Mas é justamente o que alguns tem sido, tão turrões e firmados em suas próprias convicções que não aceitam ouvir a voz de Deus sob nenhuma circunstância; a menos que o altíssimo fale segundo os moldes que tais pessoas querem determinar como sendo o correto. Contudo, Deus é soberano e Ele fala, faz e conduz conforme Ele deseja. Ele é o Senhor e só o Senhor é Deus! Quinta verdade - Pequei porque não soube...Depois de assumir a sua total inapetência espiritual, ele ouve a palavra final de orientação, e era isso ou a morte certa! «vai com eles, mas só fale a palavra que eu te falar». Balaão ainda continuava o mesmo, tendo toda sua ambição à flor da pele, mas agora sabendo claramente com quem lidava, tinha uma ordem a seguir, independentemente de seus sentimentos, convicções e ambições pessoais. Ou obedecia, ou já sabia, iria morrer.
      Vemos que ele obedeceu até certo ponto, mas por amar o prêmio da injustiça, ainda que não amaldiçoasse o povo de Deus, instruiu Balaque a como agir para que os filhos de Deus atraíssem por seus próprios atos, uma terrível maldição por conta da ira de Deus.
        Seu fim foi ser morto e perder tudo, porque mesmo tendo visto ao anjo do Senhor e vivido uma experiência espiritual fortíssima, não deixou que a voz de Deus o mudasse de dentro para fora por completo.