Quem me vê a mima vê o
Pai! Tais palavras foram ditas por Jesus enquanto ensinava os seus discípulos
acerca de como "ver" a Deus, e para os dias que a Igreja está atravessando,
conseguir ver o Pai através de seu Filho unigênito, passou a ser um exercício de
muita dificuldade, pois o mundo lançou uma diversidade de recursos tecnológicos
que estão sendo usados intensivamente como arma para gerar distração, pois nos afastam da verdade de
Deus de forma absurda.
A bíblia nos diz em Hebreus 1:3 que
Jesus é o resplendor de sua glória e a expressa imagem da pessoa do Pai
Celestial, concordando em gênero, número e grau com o que o próprio Jesus havia
dito em João 14:9 ao falar que quem o via também via o Pai. É claro que há
algumas variantes nesta equação que devemos considerar para entender como ver a
Jesus nos nossos dias, uma vez que não temos contato físico com sua natureza
humana, a qual esteve entre os homens apenas nos dias de sua encarnação,
enquanto cumpria seu ministério terreno. Naqueles dias os discípulos podiam ver
a Jesus em tempo real, ouvir diretamente de sua boca seus preciosos ensinamentos,
toca-lo com suas mãos de forma literal, vê-lo dormir na popa de uma barco
enquanto navegavam pelo mar de Tiberíades, entre tantas outras coisas, mas nós não
temos esses privilégios naturais, contudo, fomos privilegiados de outra forma
e, justamente a essa devemos nos ater para ver o Pai através de seu Filho.
O Evangelista João ao escrever seu livro
à Igreja da diáspora, usou no capítulo 14 e verso 10 a palavra grega "horao",
que entre tantas conotações como: ver com olhos, ver com a mente, perceber,
conhecer; traz também o seguinte significado: "tornar conhecido pela
experiência, experimentar!" O que Jesus estava ensinando aos discípulos,
segundo as palavras escolhidas por João na edição de seu texto, era que aqueles
que tivessem experiências relacionais com ele, também as estariam tendo com o
próprio Pai, contudo, Jesus chama os discípulos para um patamar muito mais
profundo na revelação, pois afinal "quem me vê", significava mais que enxergar,
significava e ainda significa, percebê-lo como o Cristo de Deus, a resposta
providencial do Pai para a salvação da humanidade. Enxerga-lo não simplesmente
como um homem ou personagem histórico, mas como a essência de Deus, o logus
divino, o autor e consumador da fé, a porta das ovelhas, o pão vivo, etc etc.
Mas como podemos "perceber" ao Senhor,
como podemos "enxerga-lo?".
1 - Há um sistema
revelado na bíblia, pelo qual Deus trabalha a revelação de si mesmo a nós. A
esse sistema eu pessoalmente chamo de: "Espelho dinâmico", ou "espelho vivo".
Esse pricípio foi tratado pelo apóstolo Paulo em sua segunda carta aos
Coríntios no capítulo 3 verso 18 onde o escritor disse o seguinte: "mas todos
nós com cara descoberta refletindo como um espelho a glória do Senhor, somos
transformados de glória em glória, na mesma imagem como pelo Espírito Santo".
Deus revela muito acerca de si mesmo,
refletindo em sua criação, sua própria glória. Veja que esse assunto se
confirma e se amplia no texto de Romanos 1:19 e nos versículos seguintes, onde
o texto sacro apresenta as seguintes palavras: «porquanto o que de Deus se pode
conhecer, neles se manifesta (em toda a obra criada, céus e terra) porque Deus
lho manifestou. Porque as coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto o
seu eterno poder como a sua divindade, se entendem e claramente se veem pelas
coisas que estão criadas, para eles fiquem inescusáveis. Mas o que mais me
chama a atenção nesse "sistema divino", é que o objeto que reflete, pouco a
pouco se torna aquilo que reflete, por isso, o termo "espelho dinâmico".
Tal conceito esta contido no versículo
de II Corintios que já citamos logo acima e observe que o texto diz: "somos
transformados de glória em glória, na mesma imagem". No propósito de Deus, ao
refletirmos sua glória, somos paulatinamente transformados na imagem daquele a
quem refletimos.
O texto de Efésios 4:13 acrescenta mais
profundidade à esse princípio bíblico quando traz a seguinte revelação: "até
que todos cheguemos à unidade da fé, ao
conhecimento do Filho de Deus (saber pleno), a varão perfeito (homem perfeito),
à medida da estatura completa de Cristo".
E ainda João 3:2 diz: "ainda não é manifestado o que havemos de ser,
todavia, sabemos que quando Ele se manifestar seremos semelhantes a Ele, pois
assim como Ele é o veremos".
É interessante que o apóstolo usasse o
termo "ser semelhante" a Ele, uma vez que a bíblia já nos diz que fomos criados
à imagem e semelhança de Deus. Como assim seremos semelhantes se já somos
semelhança? Simples, ao refletir a imagem de Deus de glória em glória somos
recuperados naquilo que perdemos por conta do pecado original e assim cada vez
mais nos tornamos imagem perfeita do Criador.
Eu posso "ver a Deus", quando deixo que
sua glória reflita em mim, eu o percebo quando eu mesmo me deixo ser espelho
que reflita sua imagem, através dos valores do reino revelados na Palavra de
Deus! E se continuarmos dentro deste conceito, veremos a Deus ao sermos capazes
de discernir o que as pessoas ao nosso redor estão refletindo de Deus na
qualidade de refletores de sua glória.
2 - Sendo boca de
Deus. Jeremias 15:19 (b) diz: "Se apartares o precioso do vil, serás como a
minha boca". O Conceito aqui diz respeito não somente a efetuar separação,
considerando conceitos sociais morais e éticos, no que tange a fazer escolhas
diárias entre o certo e o errado, mas efetivamente, separar a si mesmo do
pecado, ou seja, levar o processo de santificação até o ápice bíblico, jamais
fora dele, abordando o homem de dentro para fora, purificando o copo,
primeiramente em seu interior e então atingir sua plenitude, espírito, alma e
corpo, conforme diz o texto de I Tess. 5:23. "que o próprio Deus da paz vos
santifique integralmente. Que todo o vosso espírito, alma e corpo sejam
mantidos irrepreensíveis na vinda de nosso Senhor Jesus Cristo".
Alguém que consegue compreender o
princípio bíblico da santificação e seus fundamentos, invariavelmente se torna como
a boca de Deus. Isso não quer dizer que a pessoa se torna um ministro afamado,
aclamado pelas mídias sociais, jamais seria isso a se registrar aqui porque não
é essa a verdade de Deus que a bíblia nos apresenta, ainda que a consequência
em ser usado por Deus seja a certa notoriedade em certos aspectos, afinal, a
luz deve estar em cima, no velador, e não debaixo do alqueire. Mas ser boca de
Deus é ser instrumento da revelação de sua plena vontade, e isso não tem nada a
ver com ser alguém possuidor de fama, mas sim ser alguém santificado, obediente
e sensível ao coração de Deus.
3 - Ter Cristo formado
em nós. Mateus 16.
Jesus fez uma pergunta implícita em
outra questão ouvida pelos discípulos:
3.1 - "Quem dizem os
homens ser o Filho do Homem?" Na verdade o que estava sendo perguntado aqui
era: Até que ponto o ministério de vocês tem formando na mente e no coração das
pessoas a verdade do que quero revelar sobre a vontade de Deus? Até que ponto
vossa pregação pode formar a minha identidade dentro deles? - Gálatas 4:19
(leia)
3.2 - E vós quem
dizeis que eu sou? Até que ponto Jesus estaria formado dentro na mente, coração
e intelecto dos discípulos? Os que ensinavam acerca de Jesus, conheciam-no por
completo?
3.3 - E nós? até que
ponto Cristo está de fato formado em nós?
3.4 - Bem aventurados
(makarios = feliz) - Antes veio o não (não foi a carne) e depois vem o sim (foi
Deus!). Você está acima da normalidade pois a carne e suas convicções foram
suplantadas pela ação do próprio Deus em seu intelecto.
3.5 - Não foi a carne
e o sangue - «temos, porém, esse tesouro em vasos de barro, para demonstrar que
este poder que a tudo excede provém de Deus e não de nós mesmos» II Coríntios
4:7
3.6 - A revelação
(apokalupto - revelar o que estava escondido ou oculto) expressa na resposta de
Pedro vinha diretamente de Deus (não é resultado de nossa própria vontade ou
intelectualidade.
3.7 - Ainda que
tenhamos a revelação divina, a obra é construída sobre ele e não sobre nós!
3.8 - A igreja deve
marchar contra o inferno e não o inverso disso. vs 18.
3.9 - Chaves (plural)
- para ligar e desligar vs 19. «nos céus»
3.10 - Tempo de reter
a revelação pessoal para que o modo de revelação universal continuasse em
curso. O povo deveria concluir a respeito de Cristo pela pregação e pelas obras
que testificava em Jesus.
3.11 - A revelação
individual nos remete a patamares mais profundos do plano de Deus. Isso nos
traz responsabilidades que as vezes não compreendemos vs21.
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