Certamente há dentro da Igreja a
diversidade de ministérios, na verdade, este é um princípio bíblico apresentado
no texto de I Corintios 12:5, e o texto aponta não só para a necessidade como
para a realidade de diversos ministérios para o bom funcionamento da Igreja no
exercício da fé. Contudo, antes de continuar é importante relembrarmos que a
palavra “ministério” no grego é diakonia, que é o serviço, o cargo, a função do
diakonos, então ao falarmos de ministério estamos falando de serviço a ser
realizado e não de pompa e circunstancia, estamos abordando a questão das
responsabilidades e não dos holofotes (muito comum no discurso de muitos hoje
em dia), neste ínterim, é importante lembrar que a Igreja não precisa de
holofotes sobre ninguém, porque estamos sob o brilho da resplandecente estrela
da manhã, sob a qual nada há que fique encoberto, e quando se diz nada, é nada
mesmo; desde o que é duvidoso até o que
é honroso, tudo fica muito bem claro sob a forte luz que emana de nosso Senhor
Jesus Cristo. Bem, continuemos a falar sobre serviço. Eu dizia antes, que na
Igreja há vários ministérios, porque quis desta forma introduzir uma verdade
bíblica revelada em II Corintios 5:18 e 19 que aponta para o seguinte: enquanto
que, como indivíduos somos dotados por Deus de várias capacidades conforme
revelado em I Cor 12, como o corpo de Cristo, nós fomos dotados de apenas um
ministério que segundo o texto citado, é o ministério da RECONCILIAÇÃO (Gr katallage).
Deus estava em Cristo reconciliando o mundo consigo e deu a nós o ministério
(serviço, trabalho) da reconciliação e com o serviço nos deu também a
ferramenta que é a palavra (logos) da reconciliação. A igreja foi chamada e
comissionada pelo Senhor excelso a ser reconciliadora, fazendo a troca
(significado de katallage) de condições, da inimizade para a amizade, do ódio
para o amor, da separação para a reaproximação do homem e Deus. Entretanto,
aqui, esta verdade bíblica começa a pesar sobre nossos ombros, isto porque, se
na ótica divina fomos escolhidos para ter o serviço e a ferramenta da
reconciliação, como somos capazes de em quase todo o tempo agirmos contra o
trabalho que recebemos a fazer? queremos reconciliar o homem com Deus através
da pregação do evangelho, mas nos recusamos a obedecer o mesmo evangelho quando
nos ensina a amar nossos inimigos, perdoar nossos irmãos, orar pelos que nos
maltratam e perseguem e assim por diante. Queremos agitar as massas com nossas
pregações, mas não temos nosso coração sequer sensível à verdade que, como
reconciliadores, temos que começar por nós mesmos primariamente nas nossas
relações sociais e familiares, antes de apresentarmos qualquer oferta a Deus.
Mateus 18 nos conta a parábola do credor incompassivo que devia 10.000 talentos
de prata a seu senhor, o que equivale a 350.000 kgr. A bíblia nos apresenta uma dívida incrível e
impagável, pois como um servo poderia ajuntar tanta dívida assim? Se lermos a
história do rei Salomão veremos que ele recebia 666 talentos de ouro por ano, o
que significa que para ajuntar ouro, que era o metal mais procurado na época
visto que a prata em seu tempo era reputado por nada como diz a bíblia, ele
como rei necessitou de mais de 10 anos. Mas o servo da parábola devia tudo isso,
e ao clamar por misericórdia, a recebeu e foi solto livre. Um pouco mais
adiante encontrou um de seus conservos que lhe devia 100 denários (1 denário
corresponde a um dia de trabalho de um trabalhador braçal), ou seja, três meses
e um dia de divida, e a este, aquele que antes havia sido beneficiado, negou o
beneficio, colocando-o sob angustia até que lhe pagasse. A bíblia encerra o
relato dizendo que o senhor daquele mau servo o entregou aos atormentadores
dizendo-lhe que ele deveria ter feito o mesmo que havia recebido. Deus assim o
fará a quem não perdoar a seu irmão
(está no texto). Estas breves letras encerram uma simples reflexão no
sentido de que devemos atentar para o que recebemos do Senhor Deus e o que estamos
fazendo com relação a isso. Somos reconciliadores ou não? Para o exercício deste
mister precisamos de cinco qualidades todas observadas no Pai celestial. 1) –
Entrega (João 3:16)– para reaproximar o homem de si mesmo Deus o Pai entregou o
que tinha de melhor pelo homem perdido, seu próprio unigênito. 2) – Renuncia – (ler Lucas 14:33) – e a bíblia ainda nos diz
que Jesus esvaziou-se de si mesmo para cumprir sua missão como salvador. 3) – Ser
Pacificador (Mateus 5:9)- é bom lembrar que os pacificadores e somente eles
serão chamados FILHOS DE DEUS. 4) – Perdoar (Mateus 18:35) – Amar incondicionalmente
(Mateus 5:44). Que Deus nos de forças para vivermos aquilo que pregamos.
Excelente materia Pastor Marcos, que Deus continue te abençoando com este dom que Ele lhe deu.
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