Interrogou (erotao - questionar, requerer, pedir). Há
um tempo em que nossas conviccções serão questionadas com objetivo de se verificar até que ponto nosso ministério esta alcançando êxito em formar Cristo nas pessoas. E isso acontecerá em duas áreas: nosso conhecimento acerca do pensamento do povo. Jesus iniciou sua
interrogativa perguntando aos discípulos o
que eles sabiam sobre quem o povo pensava que ele fosse. Observe que o
Mestre não pergunta sobre aspectos gerais sobre sua pessoa mas diretamente
sobre a concepção acerca de sua identidade. Quem era Jesus aos olhos do povo? Mas
qual a importância dos discípulos saberem o que o povo pensava? A importância
estava e permanece no fato de que se conhecermos a identidade de Jesus, teremos
afinidade com seu propósito e assim Ele mesmo estará sendo "formado"
em nós (Gálatas 4:19), e isso define como agimos em relação à sua pessoa,
aceitando ou não sua mensagem, aceitando ou não sua influência. As três respostas do povo indicavam um
misticismo saudosista pois olhavam sempre para a possibilidade do retorno ou ressurreição
de um morto! João Batista, Elias, um dos profetas. Há pessoas na Igreja que tem
a incrível tendência de olhar sempre para o que já passou desejando e crendo em
sua reinstauração. Isso os fazia olhar para traz e não para frente em termos
espirituais e revelacionistas, afastando-os do real propósito de Deus. . Tudo
tem o seu tempo determinado, e sendo assim, ainda que algo tenha sido muito
bom, se ja passou é hora de aproveitar as lições aprendidas e olhar para a
frente, ir adiante, para que haja inserção em patamares mais profundos das
revelações do Altíssimo. Para os discípulos era importante saber isso, porque
tal informação lhes daria o caminho de ação para ajudar o povo a ter a
identidade de Cristo formada neles. Mas logo em seguida vem o aprofundamento do
questionamento: "E vós?" Ora se havia em Jesus a preocupação em saber
até que ponto Ele já estava formado na mente e no coração do povo, imagine
então sua preocupação em saber o mesmo com relação aos seus discípulos! Mas podemos mergulhar ainda
mais neste questionamento, pois, como será possível construirmos a identidade
de Cristo nas pessoas se não a temos formado em nós mesmos? Se a maneira que
"cremos" está tão aquém do propósito original e fundamental do
Eterno?
o que sua alma diz
a respeito DELE?
Pedro ao responder
ao questionamento do Mestre Jesus, chama para si a atenção de forma absoluta,
porque expressa algo que leva Jesus a trazer à lume mais uma etapa do
conhecimento espiritual: Ele era feliz (ainda que talvez não compreendesse e nem
soubesse) porque o conhecimento que tinha era fruto não de si mesmo mas da ação
do próprio Criador. Aquilo que ele tinha era algo depositado nele pela vontade
e soberania divinas. Temos,
porém, esse tesouro em vasos de barro, para demonstrar que este poder que a
tudo excede provém de Deus e não de nós mesmos - II Corintios 4:7. E
neste ínterim é importante lembrar que para que o poder de Deus agisse em
Pedro, para ele fosse "makarios",
ou seja, um home feliz, era preciso antes do sim haver um não. Fazemos
parte de uma sociedade imediatista e fundamenta na realização constante e
hedonista de nossas vontades e anseios. Não são muitos os que lidam bem com as
negativas da vida e principalmente com as negativas divinas, contudo, veja o
que Jesus disse a Pedro antes de
atribuir a revelação a Deus. Pedro você é feliz porque não foi a carne nem o sangue que te revelou. Não foi sua força, sua
inteligência, ou qualquer um de seus atributos físicos, mentais ou até mesmo
espirituais, não foi seu braço! Foi Deus!!!
A revelação (apokalupto = revelar o que estava escondido ou oculto)
expressa na resposta de Pedro vinha diretamente de DEUS (não é resultado de
nossa própria vontade ou intelectualidade). Jesus disse que Pedro era feliz
porque sua resposta indicava justamente o que Ele objetivava: A identidade de
Cristo estava formada em Pedro, e isso também era um claro indicador de que o
discípulo colérico sanguíneo havia ultrapassado o nível da dependência de si
mesmo e já conseguia ouvir a voz de Deus, que sempre fala de forma muito
delicada, somente os sensíveis ao Espírito Santo são capazes de ouvi-la. Pedro
estava crescendo na graça e no conhecimento!
Ainda que tenhamos a revelação de Deus a obra é
construída sobre Ele e não sobre nós! Em seguida à
palavra elogiosa direcionada ao seus discípulo, Jesus imediatamente adiciona a
famosa frase "pois também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta Pedra
edificarei a minha Igreja...". Pedro tinha a revelação, Pedro estava acima
da média, Pedro já era capaz de ouvir a voz de Deus como nenhum dos demais,
contudo, ele ainda era a pedra pequena (petrus), a Igreja de Cristo não seria
fundamentada sobre ele, mas sobre a Pedra angular, a pedra de esquina, a grande
rocha (Petra) que era o próprio Jesus. A igreja e principalmente o obreiro não
pode aceitar em nenhum momento o pensamento de que alguma coisa no reino de
Deus esteja sendo construída sobre si. Nós somos parte da construção, somos
pedras vivas sendo edificados casa espiritual (I Pe 2:5), entretanto, o
fundamento é e permanecerá sendo o nosso senhor Jesus.
u
A Igreja deve marchar contra o inferno e não o
inverso disso - vs 18 - Quando há
harmonia do propósito de Deus com nosso posicionamento, há um movimento
constante e adiante da Igreja contra o inferno e não o inverso! É o inferno que
tenta de todas as maneiras se trancar contra o avanço da Igreja, mas onde há
homens e mulheres com Cristo formado em si, não há barreira que possa
permanecer contra a marcha da Igreja.
u Chaves (plural) -
para LIGAR e DESLIGAR vs 19 - No processo de edificação da Igreja, ferramentas
serão concedidas aos servos de Deus para exercício do ministério cristão.
"Te darei as chaves", não a chave mas as chaves! e o interessante
aqui é que quando falamos em chave pensamos em abrir ou fechar portas, contudo,
abrir ou fechar portas é atribuição especificamente do Altíssimo, para a
igreja, as chaves são como controle remoto que ligam ou desligam. Observemos o
texto bíblico: "tudo o que ligares na terra
será ligado nos céus, e tudo o que desligares na terra será desligado nos
céus" vs 19. Importante
também que as chaves começam sempre ligando e nunca desligando, e atuam não no
céu mas nos céus, ou seja, o resultado de ações de fé de um crente em cujo
espírito e alma Cristo esteja formado, afetam desde o ceú que está
imediatamente acima de nossas cabeças, até o céu onde está o trono de Deus.
u
Tempo de reter a revelação pessoal para que o
modo da revelação universal continuasse em curso. O povo deveria concluir
acerca do Cristo pelas obras que testificava em Jesus. vs 20
u A revelação individual
nos remete a patamares mais profundos do plano de Deus. Isso nos traz
responsabilidades que as vezes não compreendemos vs 21. Desde
então, começou Jesus a mostrar. Havia
chegado o momento e as condições de maturidade espiritual dos discípulos terem
contato com níveis mais profundos do plano de Deus no qual eles estavam
diretamente implicados, Jesus falou-lhes sobre sua prisão e sua morte.