Saudação

Olá!!!! Graça e Paz no Senhor Jesus Cristo! Sejam bem vindos!!!!

quarta-feira, 13 de agosto de 2014

Cataplexia

Um dos efeitos do sono sobre o corpo é a cataplexia, que consiste na paralisação dos músculos do corpo durante a fase REM (rapid eyes moviment), fase esta em que ocorrem os sonhos mais vívidos. A ciência acredita que esse seja um mecanismo de defesa do corpo para evitar que a pessoa reaja fisicamente durante o sono em razão dos sonhos que esteja vivenciando. Uma reação física por conta de um sonho pode causar lesões uma vez que a pessoa não tem domínio da realidade por estar  envolvida em absoluto torpor por conta do estado de latência. Quando criamos um paralelo da realidade físico biológica com a espiritual notamos que crentes que estão sob  efeito do sono estão também com a musculatura espiritual paralisada, pois não produzem, não reagem, não obedecem, não perdoam, não se humilham, não se santificam, não buscam a Deus, não são prudentes  e por ai vai. Aqui surge algo incrível de se considerar que consiste no seguinte, quando o corpo esta por encerrar o período REM (a ultima fase) e volta ao inicio do ciclo na primeira fase que é chamada de “transição da vigília para o sono” , é nesse momento que acontece a tão famigerada paralisia do sono, onde temos a sensação de estar acordados mas sem domínio motor do próprio corpo, e não é incomum nesses momentos o dormente ter certeza de que esta acordado a ponto de identificar os objetos ao seu redor e ver e ouvir as pessoas que por ali estejam, e em casos mais extremos e aterrorizantes, se  tem a clara sensação de presenças obscuras, sons ininteligíveis, odores estranhos ou fétidos entre outras coisas assombrosas. Mas e qual a relação de tudo com isso com os valores espirituais que a Igreja precisa observar? Ora, mas não é justamente isso que temos visto em nossos templos? Crentes que por razões diversas se estagnaram, deixaram de ser produtivos e não se multiplicaram mais, e que ao invés de saírem do ostracismo espiritual conformaram-se com uma vida de aparências. Pessoas que tem aparência de piedade mas que negam a eficácia da mesma como diz o texto bíblico em II Timóteo 3:5. O texto de Mateus 25: 1 a 13 apresenta uma parábola que durante muito tempo tem sido alvo de uma exegese equivocada, uma vez que a maioria dos exegetas querem “interpretar” os elementos ali presentes e por conta disso acabam por alegorizar os significados, o que termina por conduzi-los a perder o foco principal apresentado por Jesus na referida parábola. Não é importante para nós neste estudo encontrar caminhos hermenêuticos para identificar quem as virgens tipificam, uma vez vez que não podem representar a Igreja pelo fato do tipo da Igreja ser a noiva e jamais o cortejo, outro detalhe é que o óleo não foi compartilhado pelas prudentes com as insensatas é isso parece ir na contramão do propósito do evangelho da graça, entre outros detalhes, como por exemplo o óleo ser vendido por alguém que não fazia parte nem do cortejo nem da festa das bodas e isso também não está de acordo com o papel do Espírito Santo na dispensação da graça, o qual não pode jamais ser negociado de nenhuma forma; lembremo-nos aqui da oferta de Simão o mágico quando pensou que a unção de Deus poderia ser mercadejada e como isso lhe resultou em uma grave repreensão por parte do Apóstolo Pedro.

Deixando então todas estas questões hermenêuticas e exegéticas de lado voltemos ao ponto principal da parábola, prudência, insensatez e vigilância. Iniciemos então com a palavra prudência registrada nos originais gregos como (φρονιμος phronimos), que na língua grega significa, inteligente, sábio, atento aos próprios interesses, prudente. Uma pessoa prudente não negligencia seus próprios interesses visto que isto redunda sempre em fracasso absoluto. Mas se o conceito é tão simples, porque então tantas e tantas pessoas se tornam cataplexicas  espirituais se permitindo a imprudência e deixando de lado de atender as necessidades de suas próprias almas no que tange a vida eterna? Quando olhamos para a parábola vemos que as virgens que são classificadas como insensatas, desde o inicio não se preocuparam em ter um requisito importante, o óleo como combustível para manter as lâmpadas acesas, ou seja, desde que saíram para o compromisso que tinham,  falharam em se prover do que elas mesmas necessitavam, acreditando no sucesso do improviso, e diga-se de passagem no que tange aos valores espirituais improvisar não dá bons resultados, é melhor ser apto em manejar bem a palavra da verdade em todo tempo e em todas as circunstâncias. A prudência é uma necessidade tão vital que Jesus a recomendou aos discípulos fazendo uso de uma expressão totalmente surpreendente quando diz: “sejam simples como as pombas e prudentes como as serpentes” (Mt 10:16). Talvez a principal característica da cataplexia narcolepsica seja fazer com que subitamente o individuo não possa atender as necessidades mais vitais para a manutenção de sua própria vida, pois quando sofre um ataque durante o dia, esteja fazendo o que estiver, a pessoa perde os sentidos caindo em sono profundo tendo todos seus músculos paralisados pelo cérebro e assim se expondo a perigos imediatos. Imprudência no que diz respeito aos parâmetros bíblicos para a salvação significa absoluta perca dos sentidos, espiritualmente falando, porque uma eternidade toda separado de Deus é um preço alto demais para que alguém pague por viver dissolutamente sem atentar para a vontade de Deus. Condenar-se a si mesmo a ser mais um nome para a segunda morte não me parece jamais ser uma boa idéia . Vamos então a próxima palavra abordada no texto em questão que é a insensatez. No texto grego o escritor Mateus usou a a palavra (μωρος moros), que significa néscio, tolo, ímpio, incrédulo. Recordo das palavras de Jesus a Tomé em João 20:27: “não sejas incrédulo mas crente”, e ainda um outro texto registrado em Romanos 14:22 “bem aventurado aquele que não se reprova naquilo que aprova”. O que me chama a atenção é que nestes ultimas dias da igreja na terra o que temos visto é que a fé pura e eficaz recomendada pela bíblia está sendo substituída por uma incredulidade absurda disfarçada de credulidade culta. O que quero dizer com isso? Veja novamente a parábola das 10 virgens;  cinco delas ao saírem para o compromisso que poderia durar horas ou dias, ainda que não soubessem como seria, saíram despreparadas “crendo” que tudo daria certo, que o óleo combustível nas lâmpadas era suficiente, que poderiam emprestar de alguém, e assim por diante. Contudo, justamente essa incredulidade na necessidade de ser prudente fez com que elas cressem que poderiam resolver caso algo desse errado. Temos vivido um tempo em que por conta da grande sonolência espiritual que se abateu sobre nós, muitos dentro de nossos templos já não possuem temor, não se santificam, não vivem o que pregam, não praticam justiça, não são hábeis no ágape divino, etc,  por não acreditarem mais nos limites antigos, os quais a bíblia nos recomenda a não remover, por acreditarem por outro lado que estão no controle da situação, que tudo dará certo no fim das contas, mas assim como alguém que sofre de narcolepsia, tais cristãos estão em perigo pois seus corpos espirituais estão em queda livre por conta da cataplexia espiritual. Alguém que sofre medicinalmente deste mal precisa de acompanhamento médico, mas com respeito aos enfermos espirituais o que se precisa é clamar a Deus confessando sua condição miserável e contar com a cura divina que prontamente vem para o que se humilha diante de Deus e se propõe a estar desperto diante das verdades salvíficas reveladas nas páginas da bíblia sagrada. A última palavra que quero considerar nesta meditação  é “vigiai”. No texto bíblico de Mateus 25 a palavra original é (γρηγορεω gregoreuo), que significa, assistir, dar estrita atenção a, ser cauteloso, ativo, tomar cuidado para que , por causa da negligência e indolência, nenhuma calamidade destrutiva repentinamente surpreenda alguém. Caro aluno,  observe bem, que o texto bíblico que estamos estudando neste ultimo capitulo, diz que todas as virgens tosquenejaram, ou seja, cochilaram, e todas elas adormeceram e ao ouvir a voz do noivo todas despertaram e prepararam as suas lâmpadas, que neste contexto quer dizer ornamentar. Contudo, apenas as cinco prudentes foram vigilantes a ponto de carregar peso extra levando além das lâmpadas, uma outra vasilha com óleo de reserva. A vigilância em ser prudente fez com que elas carregassem algo a mais para sua segurança e sucesso enquanto que a insensatez fez com que as outras carregassem menos peso e por conseguinte menos recursos. Interessante relembrar que a palavra grega para dormir no texto de Efésios 5:14, significa também “estar indiferente à própria salvação”, as néscias foram indiferentes às suas próprias necessidades. Outro detalhe é que alguém paralisado pelo sono da morte espiritual acostumar-se-á com a companhia de “nekros”, que são aqueles que estão destituídos de vida, mortos, cadáveres. Indo um pouco mais além quando olhamos para a tipologia bíblica vemos os coatitas filhos de Levi, com a responsabilidade de carregar os utensílios do tabernáculo sobre os ombros, o que não poderia ser revogado sob nenhuma hipótese e quando isso aconteceu nós podemos conferir o resultado no texto de II Samuel 6:3 a 7 com a rotura que Deus abriu no incauto Uzá. Nos nossos dias muito do que deveria estar sobre os ombros está sobre carroças, conduzidas por pessoas bem intencionadas, mas que não foram designadas por Deus para a realização do trabalho. Quem dorme não quer peso nenhum sobre si, apenas o conforto do sono. Isso quer dizer que responsabilidades por amor, santidade, fidelidade, gratidão, perdão, reconciliação, evangelização, obediência, moralidade cristã e outros, são pesos insuportáveis a alguns, contudo, a voz do noivo se faz ouvir e o peso a menos em nossas ferramentas redundarão em vergonha e alienação total. Como já disse antes, a eternidade é muito tempo para se passar sem rever a face de Deus. Voltemos à vigilância, sejamos prudentes, pois afinal é hora de despertarmos do sono.

sexta-feira, 18 de julho de 2014

6 – A necessidade de se sentir vivo.(Noé depois do dilúvio)

6 – A necessidade de se sentir vivo.(Noé depois do dilúvio)

O dilúvio havia acontecido como Deus dissera, e agora depois de todo o processo enfrentado durante os tempos de construção da arca, depois de toda pressão por conta da incredulidade do povo e por fim os dias de chuvas incessantes confinados dentro de uma embarcação cheia de animais tudo voltara ao normal. Ao normal? Eis aqui a questão, nada estava como era antes, já não havia mais o burburinho de pessoas tratando de assuntos dos mais diversos ao ar livre nos pontos públicos dos vilarejos, não havia a alegria das crianças correndo e produzindo muitos decibéis de puro contentamento, não havia casas, ou mercados, compra e venda, voz de noivo e novia, trocas de qualquer espécie, apenas um mundo amplo e de uma maneira singular totalmente silencioso, onde até mesmo a fauna quase não se percebia, uma vez que dos animais que vieram na arca salvadora, que já nem eram tantos, dois de cada espécie (dos animais impuros) e sete pares dos puros, todos eles já se haviam espalhado pela terra iniciando o processo de reprodução. Todos os dias Noé via os mesmos rostos, ouvia os mesmos sons, falava das mesmas coisas, e a rotina traria a tona uma das maiores  se não a maior deficiência de todos nos seres humanos: a perca da nossa plenitude criacional, herança da escolha do primeiro Adão. Mas como assim plenitude criacional? Alguém poderia perguntar, ao que respondo da seguinte maneira. Quando Deus criou o homem segundo sua imagem e semelhança, o criador nos fez plenos, ou seja, 100% homem e 100% mulher. Contudo, não falo aqui de termos eróticos ou pré-conceituais, o que quero dizer, é que Deus criou o homem com cem por cento de sua humanidade tornando-o capaz de fazer uso da totalidade de seu cérebro, também o fez imortal, sem doenças, capaz também de desfrutar uma comunhão plena com o criador, encontrando-o todos os dias na viração do dia, o homem estava acima de qualquer conceito moral, pois ele era plenamente moral, tinha também a plenitude do livre abítrio, e nem mesmo isso possuímos mais, pois podemos escolher muitas coisas, mas não somos mais capazes de escolher não pecar, uma vez que Adão escolheu quando tinha a plenitude, a capacidade de não poder não pecar.  Com o advento do pecado, o homem morreu como lhe havia sido dito, mas de forma muito mais profunda e dolorosa que apenas a corrupção do corpo físico. A escolha do primeiro pai nos trouxe como consequência a perca da plenitude de nosso poder cerebral, o envelhecimento, a mortalidade, enfermidades e principalmente nos tirou a plena comunhão desfrutada com Deus no jardim. Todos esses fatores deixaram uma marca profunda na psique humana, que não pode ser satisfeita de maneira nenhuma a não ser no relacionamento pela fé com o próprio Deus, o qual para suprir essa nossa necessidade nos envia hoje o seu Espírito Santo que habita conosco e testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus.  Acontece que a marca de que acabei de falar produz no âmago humano, um vazio indescritível que volta e meia gera uma absurda necessidade de preenchimento, e um dos fatores que agrava essa verdade inegável é o fato de que quando temos algumas de nossas necessidades básicas mais primitivas negadas, o vazio da alma se agiganta de uma maneira quase insuportável e nesses momentos de crise vivencial,  sentimos uma necessidade crônica de encontrarmos algo que nos faça sentir vivos, isto porque a sensação que temos durante estas crises é que estamos apenas respirando e nada mais. Agora observe, Noé estava vivendo em um mundo novo, em uma nova forma, um novo sistema; neste ponto alguém poderia dizer o seguinte: “que maravilha, pois não havia mais pecado”...Contudo, duas coisas temos que considerar aqui: 1 – o pecado esta arraigado na natureza humana, onde houver um humano haverá pecado. 2 – O ser humano é um ser social. Independente de estarmos cercados de pecadores justificados pela fé e/ou pecadores inveterados, a questão é que precisamos do convívio social e dos benefícios das relações sociais. Noé tinha sua família, mas todos os demais que ele conhecera estavam mortos, o sistema no qual ele crescera havia desaparecido e isto gerou no valente Noé o desejo de fazer alguma coisa diferente. A escolha? Plantar uma vinha! Isso lhe traria uma ocupação para preencher-lhe a mente e os dias, afinal algo para quebrar a rotina. Entretanto, sempre que procuramos preencher o vazio de nossa alma (todos nos o sentimos vez ou outra e alguns o tempo todo), com valores materiais, isso será apenas um abismo conduzindo a outro abismo. Aqui esta a razão por encontrarmos dentro de nossos templos tantos crentes com compulsão por coisas absurdas, como a pornografia, consumismo, webdependencia, violência, dependência química, mentiras, amor ao dinheiro, entre tantos outros males que poderíamos listar aqui.  As pessoas não sabem, ou não entendem, a razão do vazio dentro de si e atribuem isso ao que elas julgam falhas nas pessoas com que se relacionam, ou seja, os que estão em seu convívio não lhe atendem as suas necessidades físicas, psicológicas e espirituais e assim, procuram algo que lhes traga alivio imediato, e dessa forma vão se embaraçando mais e mais com negócios desta vida. O segredo bíblico para aliviar os sintomas desse mal é manter o coração fervendo com palavras boas. Noé plantou uma vinha e depois é claro, foi desfrutar do fruto de seu trabalho. Plantar uma vinha a principio não me parece jamais uma má ideia, porém, o que vamos fazer depois com os frutos dessa vinha é que quase sempre se torna o grande problema. Noé tanto fez que acabou por se embriagar, a embriagues por sua vez trouxe o entorpecimento, e este por sua vez lhe tirou a capacidade de discernir entre o certo e o errado e o levou a agir de forma prejudicial tanto a si mesmo quanto aos poucos que lhe cercavam. O interessante é que a necessidade de nos sentir vivos produz em nós uma urgência absurda de alívio rápido  e quando encontramos tal alívio em alguma coisa, a tendência é nos tornarmos dependentes e assim nos entregarmos totalmente ao consumo diário dessas doses de prazer. Noé sentiu um prazer do velho mundo, o gosto do vinho lhe trouxe lembranças nostálgicas, e isso produziu em sua mente uma sensação tão boa que não poderia deixar de beber mais uma e mais outra dose. A consequência? Um homem sem controle de suas faculdades mentais que por conta do acaloramento pela alta quantidade de vinho se despe e se depois se deita tranquilamente para dormir. O sono chegou, o guerreiro de Deus estava agora entregue ao seu próprio descuido e isso culminaria em algo ainda pior. Ao despertar de seu sono, e o sono sempre termina,  o patriarca recebe a noticia de que seu filho Cam de forma jocosa havia entrado em sua tenda, visto sua nudez e a comunicado aos seus irmãos. Tal informação gerou no recém desperto Noé uma atitude devastadora, pois ao se zangar com a falta de respeito de seu filho, pronuncia palavra de maldição sobre seu neto Canaã (filho de Cam). Ora, ainda que Cam merecesse algum tipo de sanção por conta de seu desatino, o proprio Nóe o merecia ainda mais por se entregar a um prazer mórbido, na tentativa de preencher um vazio que apenas o relacionamento com Deus poderia preencher, já o seu neto Canaã mereceu o castigo?. Caros leitores, eis aqui uma das grandes verdades de nossos dias, nossos templos estão cheios de pessoas, mal resolvidas, sofrendo angustias profundas por não entenderem o que se passa com elas, e tais pessoas buscam soluções em fontes que não dão água que realmente sacie a sede da alma. Crentes que a exemplo de Noé plantaram uma vinha, ou seja, investiram em algo que depois lhes trouxe o entorpecimento espiritual, não conseguem perceber que estão sem o controle da situação, acabam por se expor publicamente ainda que tentando ocultar seus pecados, e por fim se entregam totalmente se deixando dominar por uma sonolência espiritual que lhe mina definitivamente toda capacidade de perceber que alguém se aproxima da tenda.

quinta-feira, 17 de julho de 2014

5 – descomprometimento com a vontade de Deus, falta de vigilância (Sansão nos braços de Dalila)

Sansão era nazireu de Deus ( נזיר naziyr ou נזר nazir), que quer dizer consagrado a Deus. O nazireado é instituído por Deus no capitulo 6 do livro de Números e diz respeito a qualquer pessoa que fizesse voto de consagração a Deus por um período de tempo, o qual deveria observar algumas exigências para que o seu nazireado fosse aceito diante de Deus. No caso dele, o próprio Deus declarou que ele seria consagrado a Deus durante toda a sua vida, e ainda que ele mesmo não tivesse feito o voto por livre e expontânea vontade, deveria observar a exigência de não cortar o cabelo.  Algo que não podemos deixar de observar antes de continuar é que as exigências principais foram feitas à mulher (sua mãe) e segundo as palavras do anjo, a Sansão ficou apenas a responsabilidade de manter seu cabelo sempre crescido. No caso desse juiz em particular, Deus lhe habilitou com uma força física descomunal e absolutamente sobrenatural, e esta era a maneira como o Espírito de Deus se manifestaria em seu servo, através de uma habilidade não espiritual mas física, que grande lição temos aqui, pois afinal, pois Deus age de diversas e surpreendentes maneiras. Vale lembrar que o segredo da força de Sansão não estava em seus cabelos, mas na obediência aos preceitos divinos, enquanto ele observasse o mandamento teria a força que lhe tornaria o mais afamado herói popular  não só em seus dias e em meio ao seu próprio povo mas o mais conhecido super-humano de todos os tempos. Porém, a personalidade do jovem Hebreu e suas tendências carnais sempre o mantiveram no limiar do fracasso até que esse se manifestasse com toda a força. Obediência, como já disse acima, esse era o segredo, e o que diz a bíblia sobre a igreja contemporânea? “por se multiplicar a iniquidade o amor de muitos esfriará”(Mt24:12), a iniqüidade só pode se multiplicar se for alimentada pela desobediência. Se a força  dos ossos e músculos eram as armas do antigo juiz as quais só seriam mantidas pela fé e vigilância, a fé (a vitória que vence o mundo) é a arma de que dispomos para vencer as propostas carnais ao mesmo tempo em que resistimos ao próprio tentador. Contudo, analisando a vida de Sansão podemos claramente perceber o caminho da desobediência que o leva pouco a pouco a abrir sua guarda e entregar aos seus inimigos um segredo que uma vez desrespeitado o levaria ao status de desobediente aos preceitos divinos e por fim conduzindo-o ao absoluto fracasso. Dalila, aquela a quem amou a ponto de desobedecer a Deus, depois de lhe induzir pela insistência a entregar um segredo que o levaria à desobediência e portanto a perca de sua força, visto que quem operava isso em seus músculos era a presença do Espirito Santo, essa mesma Dalila ao perceber que finalmente lhe abrira o seu coração por completo, “o fez dormir sobre seus joelhos”.   A aparente beleza do que estava fora de sua cultura e de seu povo sempre atraíram Sansão, e pouco a pouco lhe ataram por cordas que não podiam ser destruídas pela força física, pois a bíblia nos ensina que “ninguém que milita se embaraça com negócios dessa vida, a fim de agradar àquele que o alistou para a guerra” (II Tim 2:4), aparatos de guerra não podiam vencer ao herói bíblico, mas os “negócios dessa vida”, pouco a pouco lhe minaram a capacidade de obedecer a vontade de Deus. Vejamos os decadentes passos finais do guerreiro de Deus até o sono mortal nos braços de Dalila, que o levaria a cegueira e a vergonha entre seus inimigos.
1 – 16:7  - amarrar com sete vergas de vimes frescos, ainda não secos.
2 – 16:11 – fortemente com cordas novas
3 – 16:13 – tecer 7 tranças do seu cabelo com o liço da teia ( e elas os fixou com uma estaca)
4 – 16:17 – descobriu-lhe todo o seu coração – a queda começa com a entrega de segredos de Deus em nós e para nós.
5 – 16:19 – ela o fez dormir sobre os seus joelhos – o conforto para a pratica da desobediência.
6 – 16:19 – chamou um homem e rapou-lhe os cabelos
7 – 16:19 – começou a afiligi-lo ( testar sua força)
8 – 16:20 – sairei como dantes.....o Espirito do Senhor já havia se retirado dele.

Falta de perdão

Falta de perdão, rancorosidade, indiferença, desamor  (Jonas fugindo para Tarsis).
Aqui esta uma das histórias da bíblia mais conhecidas de todos os tempos, Jonas o profeta fujão e o grande peixe. Vamos, contudo, analisar os detalhes que levaram um profeta chamado por Deus a escolher a fuga de sua presença. É interessante observar que Jesus em seus ensinamentos recomendou aos discípulos que fossem prudentes como as serpentes e simples como a pomba. O adjetivo usado por Jesus para definir a pomba é akeraios, que significa puro, não misturado, limpo de mente, sem um misto de maldade, livre de malícia, etc. e a Pomba no hebraico é Ionah, que é justamente o nome do profeta em hebraico. O Jonas que conhecemos é o Ionah no texto bíblico, ou seja, Deus chamou para enviar a Nínive alguém cujo nome denotava tudo que era necessário para que os ninivitas fossem alcançados pela misericórdia de Deus, contudo, o que estava no coração do profeta não condizia com seu nome. Jonas o filho de Amitai era natural da pequena vila de Gate Hefer (II Rs 14:25) no distrito da tribo de Zebulom (Js 19:13) alguns quilômetros ao norte da região da Galiléia e os eruditos dizem que exerceu seu ministério durante o reinado de Jeroboão II. Portanto, Jonas conhecia  bem os costumes e o pensamento dos Assírios. Nos dias do profeta os assírios controlavam algumas regiões de Israel anteriormente conquistadas conforme o texto de  II Rs 10:32 e 33 e aqui começamos a compreender os sentimentos abrigados no interior do servo de Deus, uma vez que os assírios eram violentos em extremos contra os povos os quais lutavam, praticando, empalamentos, esfolamentos, serrando ao meio soldados inimigos, entre tantas outras atrocidades. Quando Deus fala ao profeta ele vislumbra a possibilidade de arrependimento do povo e por conta disso o perdão de Deus para os ninivitas e assim escolhe fugir para evitar que a misericórdia de Deus alcançasse um povo ao qual ele condenava à destruição em seu coração rancoroso (ler cap 4:2). Veja que o sintoma aqui da condição espiritual do profeta era algo que estava abrigado em secreto no coração dele, ódio a um povo violento e que não conhecia a Deus e a seus princípios e essa condição espiritual começou a sinalizar de forma visível quando chegou a ordem divina para que justamente ele fosse até os ninivitas, e lhes anunciasse a palavra de Deus. O ódio e o ressentimento não nos permite praticar a justiça que vem pela fé. Assim como o sono nos insensibiliza ao que acontece ao nosso redor, o rancor, e suas variantes nos insensibiliza ao amor de Deus para com as almas e para com o próximo, nos fazendo colocar nossas razões acima da vontade de Deus. Jonas sinaliza seus reais sentimentos começando um processo de descida de vários degraus até chegar ao fundo de um abismo que não lhe trouxe o objetivo almejado mas um terror jamais antes experimentado por homem algum que vivesse para o relatar.
1-    Desceu a Jope
2-    Desceu para dentro do navio
3-    Desceu ao porão do Navio
4-    Lançado ao Mar
5-    Tragado pelo peixe
6-    Lançado no profundo, no coração dos mares
7-    Desceu até os fundamentos dos montes

Quando olhamos para o texto bíblico no hebraico antigo encontramos a palavra “yarad”, que significa não somente descer, mas também declinar, marchar abaixo, afundar, e quando o profeta decide fugir de diante do Senhor e tomar uma outra direção, ele começa literalmente a afundar. Um abismo chama outro abismo e quando entramos na contramão da vontade divina afundaremos passo a passo até que nosso orgulho seja suplantado e finalmente consigamos clamar com sinceridade e pureza de alma. Considere-se também que afundar denota perca do controle da situação, um nadador por exemplo, tem controle de seu próprio corpo sobre a água mas se por qualquer razão esse controle for perdido ele começa a afundar.  Lembro aqui da história de Pedro andando sobre as águas indo ao encontro de Jesus, contudo, ao ver-se afastado de sua zona de conforto que era o barco onde estavam os demais discípulos e sentindo o vento e vendo as ondas, teve medo, e assim começou a afundar. Quando Jonas desce a Jope ele ainda que pensasse estar no controle da situação, já estava começando a afundar e isso ainda iria bem mais longe até o terror absoluto.

domingo, 8 de junho de 2014

O rosto na água


Provérbios 27:19  - Como na água o rosto corresponde ao rosto, assim o coração do homem ao homem.

Interessante aqui que a questão da correspondência é fundamentada sobre uma imagem distorcida. A melhor maneira de se ver o reflexo do rosto não é olhando a água mas sim um espelho límpido e estável, uma vez que a água, mostra uma imagem obscurecida e distorcida por conta das ondulações e mistura com imagens introexpostas. Assim quando queremos conceber um conceito acerca de uma pessoa olhando para o que vemos por fora, teremos uma má concepção do que realmente existe por dentro. E ainda mais podemos dizer acerca desse assunto só que agora trazendo totalmente para si mesmo: quando queremos ver como estamos diante de Deus olhamos para o espelho (a palavra), quando queremos ver como estamos diante de nós mesmos, o melhor é olhar para o que há no nosso coração, pois será impossível enxergarmos a nós mesmos se estivermos olhando para os outros diante de nós ou apenas para as rugas e cabelos brancos refletidos nos espelhos da nossa própria humanidade