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sexta-feira, 18 de julho de 2014

6 – A necessidade de se sentir vivo.(Noé depois do dilúvio)

6 – A necessidade de se sentir vivo.(Noé depois do dilúvio)

O dilúvio havia acontecido como Deus dissera, e agora depois de todo o processo enfrentado durante os tempos de construção da arca, depois de toda pressão por conta da incredulidade do povo e por fim os dias de chuvas incessantes confinados dentro de uma embarcação cheia de animais tudo voltara ao normal. Ao normal? Eis aqui a questão, nada estava como era antes, já não havia mais o burburinho de pessoas tratando de assuntos dos mais diversos ao ar livre nos pontos públicos dos vilarejos, não havia a alegria das crianças correndo e produzindo muitos decibéis de puro contentamento, não havia casas, ou mercados, compra e venda, voz de noivo e novia, trocas de qualquer espécie, apenas um mundo amplo e de uma maneira singular totalmente silencioso, onde até mesmo a fauna quase não se percebia, uma vez que dos animais que vieram na arca salvadora, que já nem eram tantos, dois de cada espécie (dos animais impuros) e sete pares dos puros, todos eles já se haviam espalhado pela terra iniciando o processo de reprodução. Todos os dias Noé via os mesmos rostos, ouvia os mesmos sons, falava das mesmas coisas, e a rotina traria a tona uma das maiores  se não a maior deficiência de todos nos seres humanos: a perca da nossa plenitude criacional, herança da escolha do primeiro Adão. Mas como assim plenitude criacional? Alguém poderia perguntar, ao que respondo da seguinte maneira. Quando Deus criou o homem segundo sua imagem e semelhança, o criador nos fez plenos, ou seja, 100% homem e 100% mulher. Contudo, não falo aqui de termos eróticos ou pré-conceituais, o que quero dizer, é que Deus criou o homem com cem por cento de sua humanidade tornando-o capaz de fazer uso da totalidade de seu cérebro, também o fez imortal, sem doenças, capaz também de desfrutar uma comunhão plena com o criador, encontrando-o todos os dias na viração do dia, o homem estava acima de qualquer conceito moral, pois ele era plenamente moral, tinha também a plenitude do livre abítrio, e nem mesmo isso possuímos mais, pois podemos escolher muitas coisas, mas não somos mais capazes de escolher não pecar, uma vez que Adão escolheu quando tinha a plenitude, a capacidade de não poder não pecar.  Com o advento do pecado, o homem morreu como lhe havia sido dito, mas de forma muito mais profunda e dolorosa que apenas a corrupção do corpo físico. A escolha do primeiro pai nos trouxe como consequência a perca da plenitude de nosso poder cerebral, o envelhecimento, a mortalidade, enfermidades e principalmente nos tirou a plena comunhão desfrutada com Deus no jardim. Todos esses fatores deixaram uma marca profunda na psique humana, que não pode ser satisfeita de maneira nenhuma a não ser no relacionamento pela fé com o próprio Deus, o qual para suprir essa nossa necessidade nos envia hoje o seu Espírito Santo que habita conosco e testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus.  Acontece que a marca de que acabei de falar produz no âmago humano, um vazio indescritível que volta e meia gera uma absurda necessidade de preenchimento, e um dos fatores que agrava essa verdade inegável é o fato de que quando temos algumas de nossas necessidades básicas mais primitivas negadas, o vazio da alma se agiganta de uma maneira quase insuportável e nesses momentos de crise vivencial,  sentimos uma necessidade crônica de encontrarmos algo que nos faça sentir vivos, isto porque a sensação que temos durante estas crises é que estamos apenas respirando e nada mais. Agora observe, Noé estava vivendo em um mundo novo, em uma nova forma, um novo sistema; neste ponto alguém poderia dizer o seguinte: “que maravilha, pois não havia mais pecado”...Contudo, duas coisas temos que considerar aqui: 1 – o pecado esta arraigado na natureza humana, onde houver um humano haverá pecado. 2 – O ser humano é um ser social. Independente de estarmos cercados de pecadores justificados pela fé e/ou pecadores inveterados, a questão é que precisamos do convívio social e dos benefícios das relações sociais. Noé tinha sua família, mas todos os demais que ele conhecera estavam mortos, o sistema no qual ele crescera havia desaparecido e isto gerou no valente Noé o desejo de fazer alguma coisa diferente. A escolha? Plantar uma vinha! Isso lhe traria uma ocupação para preencher-lhe a mente e os dias, afinal algo para quebrar a rotina. Entretanto, sempre que procuramos preencher o vazio de nossa alma (todos nos o sentimos vez ou outra e alguns o tempo todo), com valores materiais, isso será apenas um abismo conduzindo a outro abismo. Aqui esta a razão por encontrarmos dentro de nossos templos tantos crentes com compulsão por coisas absurdas, como a pornografia, consumismo, webdependencia, violência, dependência química, mentiras, amor ao dinheiro, entre tantos outros males que poderíamos listar aqui.  As pessoas não sabem, ou não entendem, a razão do vazio dentro de si e atribuem isso ao que elas julgam falhas nas pessoas com que se relacionam, ou seja, os que estão em seu convívio não lhe atendem as suas necessidades físicas, psicológicas e espirituais e assim, procuram algo que lhes traga alivio imediato, e dessa forma vão se embaraçando mais e mais com negócios desta vida. O segredo bíblico para aliviar os sintomas desse mal é manter o coração fervendo com palavras boas. Noé plantou uma vinha e depois é claro, foi desfrutar do fruto de seu trabalho. Plantar uma vinha a principio não me parece jamais uma má ideia, porém, o que vamos fazer depois com os frutos dessa vinha é que quase sempre se torna o grande problema. Noé tanto fez que acabou por se embriagar, a embriagues por sua vez trouxe o entorpecimento, e este por sua vez lhe tirou a capacidade de discernir entre o certo e o errado e o levou a agir de forma prejudicial tanto a si mesmo quanto aos poucos que lhe cercavam. O interessante é que a necessidade de nos sentir vivos produz em nós uma urgência absurda de alívio rápido  e quando encontramos tal alívio em alguma coisa, a tendência é nos tornarmos dependentes e assim nos entregarmos totalmente ao consumo diário dessas doses de prazer. Noé sentiu um prazer do velho mundo, o gosto do vinho lhe trouxe lembranças nostálgicas, e isso produziu em sua mente uma sensação tão boa que não poderia deixar de beber mais uma e mais outra dose. A consequência? Um homem sem controle de suas faculdades mentais que por conta do acaloramento pela alta quantidade de vinho se despe e se depois se deita tranquilamente para dormir. O sono chegou, o guerreiro de Deus estava agora entregue ao seu próprio descuido e isso culminaria em algo ainda pior. Ao despertar de seu sono, e o sono sempre termina,  o patriarca recebe a noticia de que seu filho Cam de forma jocosa havia entrado em sua tenda, visto sua nudez e a comunicado aos seus irmãos. Tal informação gerou no recém desperto Noé uma atitude devastadora, pois ao se zangar com a falta de respeito de seu filho, pronuncia palavra de maldição sobre seu neto Canaã (filho de Cam). Ora, ainda que Cam merecesse algum tipo de sanção por conta de seu desatino, o proprio Nóe o merecia ainda mais por se entregar a um prazer mórbido, na tentativa de preencher um vazio que apenas o relacionamento com Deus poderia preencher, já o seu neto Canaã mereceu o castigo?. Caros leitores, eis aqui uma das grandes verdades de nossos dias, nossos templos estão cheios de pessoas, mal resolvidas, sofrendo angustias profundas por não entenderem o que se passa com elas, e tais pessoas buscam soluções em fontes que não dão água que realmente sacie a sede da alma. Crentes que a exemplo de Noé plantaram uma vinha, ou seja, investiram em algo que depois lhes trouxe o entorpecimento espiritual, não conseguem perceber que estão sem o controle da situação, acabam por se expor publicamente ainda que tentando ocultar seus pecados, e por fim se entregam totalmente se deixando dominar por uma sonolência espiritual que lhe mina definitivamente toda capacidade de perceber que alguém se aproxima da tenda.

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